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Função Transcendente

Esse é o ponto de partida do artista para a pesquisa em escrita assêmica

O que está dentro e o que está fora de nosso trabalho? Essa provocação veio à tona na mentoria da Sylvia Werneck, e nos faz questionar sobre os limites (arbitrariamente estabelecidos) da arte, e, consequentemente, da vida como um todo. Simples seria dizer que o limite da vida é o período entre a inspiração primeira e expiração derradeira, e que o limite do meu trabalho é aquilo que de fato produzi. Mas minhas inquietações existenciais me levaram mais além, à transcendência dessas barreiras, e ao contato com a vida além da vida, e com a arte além da arte. O que não se conhece não deve ser desconsiderado. O que não foi concretizado existe em potencial. Meu grande mestre me disse que “Por função transcendente não se deve entender algo de misterioso e por assim dizer suprassensível ou metafisico, mas uma função que, por sua natureza, pode-se comparar com uma função matemática de igual denominação, e é uma função de números reais e imaginários. A função psicológica e transcendente resulta da união dos conteúdos conscientes e inconscientes” (JUNG, OC 8, §131). Certamente essa é a visão de quem busca - a partir da permeabilidade do muro divisório entre o que se conhece e o que não se pode conhecer (a não ser pelo desdobramento de suas influencias) - uma postura a se adotar frente às perturbações da existência. A mesma postura, porém, deve ser adotada frente a arte, afinal, como exclama o velho alquimista, “Ars totum requirit hominem!" (A arte requer o homo inteiro!)

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